Capítulo 3: LIVRO I
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Os Éduos e os seus clientes por duas vezes lutaram com eles; foram repelidos, sofrendo um grande desastre, nela perdendo toda a sua nobreza, todo o seu Senado, toda a cavalaria. Esgotados por estes combates desastrosos, viram-se na obrigação, eles que pela sua coragem e pelos seus laços de hospitalidade e de amizade com o povo romano se tinham tornado, havia pouco ainda, tão poderosos na Gália, de dar como reféns aos Sequanos os seus mais nobres cidadãos e comprometer por juramento o seu Estado a não voltar a pedir estes reféns, a não implorar o auxílio do povo romano, a nunca tentar subtrair-se ao jugo imperioso dos seus vencedores. Ele era o único em todo o Estado dos Éduos que não pôde ser forçado a prestar juramento nem a dar os filhos como reféns; fugira do seu Estado e viera implorar a Roma (28) o socorro do Senado, porque era o único que não estava preso a nenhum juramento nem a nenhum refém. Porém, os Sequanos vencedores ainda foram mais infelizes que os Éduos vencidos, porque Ariovisto, rei dos Germanos, se estabelecera no seu país, conquistara um terço do território sequano, que era o melhor de toda a Gália, e ordenava-lhes agora que abalassem de outro terço, porque poucos meses antes vinte e quatro mil Harudes tinham vindo procurá-lo, para os quais tinha de encontrar onde se estabelecerem. Ia acontecer que em poucos anos os Gauleses seriam expulsos do seu país, e todos os Germanos passariam o Reno, porque o solo da Germânia não podia comparar-se ao da Gália, o mesmo sucedendo com a maneira de viver dos dois países. Aliás, Ariovisto, depois de ter obtido sobre as forças gaulesas (29) a vitória de Magetóbriga, comandava como tirano soberbo e cruel, exigia como reféns os filhos das mais nobres famílias e entregava-os, para exemplo, a todas as espécies de torturas, à menor coisa em contrário aos seus desejos ou às suas ordens.
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Páginas: 307
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