Ao aproximar-se do inimigo, César, efectivamente, segundo o seu costume, pusera à cabeça as seis legiões e colocara as bagagens de todo o exército atrás delas. Depois duas legiões, as que tinham sido alistadas mais recentemente, fechavam a marcha e guardavam as bagagens. Os nossos cavaleiros atravessaram o rio com os fundibulários e os archeiros e travaram combate com a cavalaria dos inimigos Estes, alternadamente, retiravam para o interior dos bosques, para junto dos seus, depois, voltando a sair, carregavam contra os nossos; mas os nossos não ousavam persegui-los, quando eles recuavam, para lá do limite do terreno descoberto. Entretanto, as seis legiões que chegaram primeiro, traçaram o recinto do campo e puseram-se a fortificá-lo. Assim que os inimigos que se tinham dissimulado nos bosques avistaram as primeiras bagagens do nosso exército (era o momento que tinham estabelecido para travar o combate), lançaram-se de repente, com todas as suas forças, na ordem de batalha que adoptaram no interior dos bosques e em que puseram a sua esperança e caíram sobre os nossos cavaleiros. Depois de facilmente os terem derrotado e dispersado, correram para o rio com uma tão inacreditável velocidade que quase pareciam estar ao mesmo tempo diante dos bosques, no rio e já em luta com os nossos. Com a mesma velocidade, treparam a colina oposta, marchando para o nosso campo e contra aqueles que se preparavam para o fortificar.
XX - César tinha tudo para fazer ao mesmo tempo: era preciso desfraldar o estandarte, que dava sinal para correr às armas, fazer soar a trombeta, chamar os soldados do trabalho, mandar procurar aqueles que estavam um pouco afastados por causa do aterro, dispor o exército em batalha, falar às tropas, dar o sinal de ataque; o pouco tempo e a aproximação do inimigo tornavam impossível grande parte destas medidas.