César tendo enviado os deputados para pedir aos Sugambros que lhe entregassem aqueles que tinham empunhado armas contra ele e contra os Gauleses, teve como resposta que o império do povo romano acabava no Reno; se não achava justo que os Germanos passassem para a Gália, mau grado seu, por que pretendia ele ter algum poder ou alguma autoridade para além do Reno?» Ora os Úbios, os únicos dos Transrenanos que tinham enviado deputados a César, estabelecido amizade com ele, entregue reféns, pediam-lhe insistentemente que «os socorresse contra os Suevos, que os acossavam vivamente; ou, se os assuntos da República de talo impediam, que transportasse apenas o seu exército para lá do Reno; isto seria auxílio suficiente e garantia para o futuro: eram tais a fama e o prestígio do seu exército, desde a derrota de Ariovisto e deste último combate, mesmo entre as povoações mais recuadas da Germânia, que só o pensamento de que eram amigos do povo romano lhes garantiria a segurança». Prometiam uma grande quantidade de navios para o transporte do exército.
XVII - César, pelas razões que disse, decidira atravessar o Reno (68) porém, a travessia em barcos parecia-lhe um meio pouco seguro e pouco conveniente à sua dignidade e à do povo romano. Assim, não obstante a extrema dificuldade de construir uma ponte por causa da sua largura, da rapidez e da profundidade do rio, considerava no entanto que tinha de tentar a empresa ou, então, desistir de fazer passar o exército. Eis o sistema de ponte que instituiu: unia ao mesmo tempo, a dois pés uma da outra, duas traves de um pé e meio de grossura, um pouco afiadas na base, e de uma altura proporcional à do rio; descia-as no rio com máquinas e enterrava-as com bate-estacas, não numa direcção vertical,