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Capítulo 11: Capítulo 11

Página 207

Quando acabámos de recolher e de pôr em segurança o nosso grão, pensámos em aumentar as nossas provisões de vime, isto é, das grandes canastras que nos serviam de celeiro. O espanhol era muito hábil e destro nesta espécie de trabalho, e repreendia-me frequentemente por não ter usado o dito género de obra para minha defesa; eu, porém, não o entendia necessário.

Finalmente, tendo a subsistência assegurada para os hóspedes que aguardava, permiti ao espanhol que fosse ao continente ver o que poderia fazer com os companheiros que lá deixara. Recomendei-lhe expressamente que não metesse a bordo nenhum homem que não tivesse jurado antes, na sua presença e também na do velho selvagem, não ofender nunca, combater ou atacar a pessoa que iam encontrar na ilha e que os socorrera e que, pelo contrário, jurassem sustentá-la e defendê-la contra todas as empresas, e permanecer inteiramente submissos às suas ordens, em todas as partes para onde ela os levasse. Isto devia ser escrito e assinado por cada um deles. Como o fariam para se conformarem à minha vontade, eles que careciam de penas e tinta, foi uma questão da qual ninguém se lembrou.

Prevenido com as anteriores instruções, o espanhol e o velho selvagem partiram numa das canoas, nas quais, conforme disse, tinham chegado ou, melhor, tinham sido conduzidos como prisioneiros pelos selvagens para serem devorados. Dei a cada um deles um mosquete e oito cartuchos de pólvora e balas, recomendando-lhes que fossem muito económicos e que apenas fizessem uso deles em casos de extrema urgência. Todos estes trabalhos me pareceram muito agradáveis porque eram os primeiros desde há vinte e sete anos ou mais que tendiam a obter a minha liberdade. Entreguei aos meus viajantes provisões de pão e uvas secas, suficientes para os dois pelo espaço de alguns dias e para os demais espanhóis durante uma semana; depois, desejando-lhes uma viagem feliz, deixei-os partir. Havia combinado com eles um sinal que me avisaria do seu regresso, e graças ao qual poderia reconhecê-los antes de tocarem a praia.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 207

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236