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Capítulo 11: Capítulo 11

Página 206

Éramos então bastantes para não temer os selvagens, a menos que aparecessem em grande número; percorríamos toda a ilha quando a ocasião se proporcionava, e inteiramente preocupados com os nossos projectos de liberdade, era-nos impossível, pelo menos a mim, não pensar na sua execução. Neste sentido observei muitas árvores que serviam para os meus trabalhos. Empreguei Sexta-Feira e o pai a derrubá-las, e convidei o espanhol, que conhecia os meus desígnios e as minhas intenções, a dirigir e a cuidar do trabalho deles. Mostrei-lhe com que dificuldade tinha cortado em pranchas uma árvore muito grossa e grande, e encarreguei-os de fazerem o mesmo até obterem uma dúzia de tábuas de bom roble de cerca de dois pés de largura por trinta e cinco de comprimento, e duas a quatro polegadas de espessura. Imagina-se facilmente o prodigioso trabalho necessário para conseguir o fim que nos propuséramos!

Ocupava-me ao mesmo tempo no aumento, dentro do possível, do nosso rebanho. Um dia mandava Sexta-Feira caçar com o espanhol; no dia seguinte ia eu próprio com Sexta-Feira; deste modo apanhámos vinte lamas, que reunimos ao resto do gado porque, quando matávamos uma mãe, agarrávamos nos pequenos e metíamo-los com os demais. Por outro lado, tendo chegado a estação das vindimas, pus ao sol uma tão grande quantidade de cachos que, se estivéssemos em Alicante, onde são muito apreciados quando ficam secos, julgo que teríamos podido encher, pelo menos, sessenta ou oitenta barris ao todo. Estes cachos formavam, com o pão, o nosso alimento principal, pois constituíam, na verdade, uma refeição excelente.

Com tais trabalhos chegámos à época da colheita e a nossa encontrava-se em muito bom estado. É certo que não foi a mais abundante que vira na ilha, mas era suficiente para o que desejávamos: as vinte e duas fangas de cevada que tínhamos semeado produziram cerca de duzentas e vinte, e o arroz aumentou na mesma proporção. Esta provisão chegava para nos alimentar até à próxima colheita, mesmo no caso de os dezasseis espanhóis virem viver para a ilha; e se empreendêssemos a viagem projectada, teríamos mais do que o suficiente para abastecer o buque e para nos transportar a todas as paragens da América.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 206

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236