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Capítulo 7: Capítulo 7

Página 91
VII

Comecei a observar o movimento regular de cada estação chuvosa ou seca, e aprendi a prevê-las e a tomar as precauções necessárias; mas esse estudo saiu-me caro, e o que vou referir é uma das experiências que mais me desanimou. Disse já que conservara um pouco de cevada e de arroz que crescera de modo quase milagroso; teria, pouco mais ou menos, umas trinta espigas de arroz e umas vinte de cevada. Julguei que passada a estação das chuvas seria esse o momento propício para semear, por o Sol entrar no solstício de Verão e se afastar de mim.

Cavei, portanto, o melhor que pude e soube com o meu enxadão de madeira um troço de terra, na qual fiz duas divisões, e comecei a semear o grão. Afortunadamente, ocorreu-me no meio da operação que seria conveniente não o semear todo na primeira vez, pois ignorava qual fosse a estação mais indicada para a sementeira; não arrisquei, por conseguinte, mais do que duas terças partes do meu grão, reservando pouco mais de um punhado de cada espécie.

Foi uma precaução avisada. De tudo o que semeara não germinou um só grão que fosse, porque os meses seguintes formavam parte da estação seca, e a terra achava-se privada de água, faltando a humidade necessária para germinar a semente. Nada, pois, germinou então; mas quando a estação chuvosa chegou, vi crescer aqueles grãos como se acabasse de semeá-los.

Dado que a minha primeira sementeira tivera mau êxito, e compreendendo que a seca era a única causa, procurei um terreno húmido para fazer um segundo ensaio. Cavei um pedaço de terra perto da tenda, e semeei o resto do grão no mês de Fevereiro, um pouco antes do equinócio da Primavera. Esta sementeira, humedecida com as águas de Março e Abril, saiu perfeitamente e deu uma colheita muito boa; mas como apenas empregara uma parte das sementes que tinha de reserva, por não querer arriscá-la toda, apenas obtive uma pequena colheita, coisa de um celamim, metade de arroz e metade de cevada. Além disso, aquela experiência tinha-me tornado conhecedor na matéria; já sabia quando era preciso semear, e tinha descoberto que podia fazer por ano duas sementeiras e duas colheitas.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
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Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236