Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 4: Porque escrevo tão bons livros

Página 43
Esta é a minha experiência constante e claro sinal da originalidade da minha experiência. Aquele que supõe ter entendido alguma coisa de mim, formou a meu respeito uma ideia que corresponde à Sua fantasia; com frequência se Imaginou que eu sou todo o contrário do que na realidade sou, por exemplo «um idealista»; o que não entendeu nada do que digo, nega que eu deva ser tomado em consideração.

A palavra «super-homem» para designar um tipo de suprema perfeição em contraste com homens «modernos» com homens «bons» com cristãos e demais nihilistas; uma palavra que, na boca de Zaratustra, aniquilador da moral, dá muito que pensar, foi quase só entendida, por todos os lados, com suma ingenuidade, no sentido daqueles valores cujo contrário foi justamente revelado na figura de Zaratustra: isto é, como tipo «idealístico» de uma espécie superior de homens meio santos meio génios. Alguns outros doutos animais carnudos, por causa dessa palavra, capitularam-me de darwinista. E chegou-se mesmo a pensar no «culto dos heróis» - tão maliciosamente refutado por mim próprio - daquele grande moedeiro falso em matéria de saber e de vontade, Carlyle: o mesmo a quem sugeri a ideia de que teria feito melhor em ocupar-se de César Bórgia do que de Parsifal, e não deu crédito aos seus ouvidos.

Que eu não seja curioso da crítica feita aos meus livros, em especial a jornalística - deve ser-me perdoado. Os meus amigos e os meus editores sabem-no e nunca de tal me falam. Houve um caso em que me foi dado ter notícia de todos os erros cometidos a propósito de um só dos meus livros, era o Para além do Bem e do Mal; dar-me-iam bem bonito rol! Acreditar-se-á que a Nationalzeitung, diário prussiano - anoto para os meus leitores estrangeiros,

<< Página Anterior

pág. 43 (Capítulo 4)

Página Seguinte >>

Capa do livro Ecce Homo
Páginas: 115
Página atual: 43

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇAO 1
Porque sou tão sábio 5
Porque sou tão sagaz 20
Porque escrevo tão bons livros 41
A Origem da Tragédia 52
Considerações intempestivas 58
Humano, demasiado Humano 64
Aurora 71
O Alegre Saber 75
Assim falou Zaratustra 76
Para além do Bem e do Mal 91
Genealogia da moral 93
Crepúsculo dos ídolos 95
O caso Wagner 98
Por que sou uma fatalidade 106