Sangue Azul - Cap. 1: VOLUME I – 1 Pág. 6 / 287

Então poderia pegar de novo no livro dos livros com tanto prazer como no início da sua juventude; mas agora não gostava dele. Confrontar-se sempre com a data do seu próprio nascimento e não ver seguir-se-lhe a de nenhum casamento, a não ser o de uma irmã mais nova, tornava o livro num mal, e mais de uma vez, quando o pai o deixara aberto em cima da mesa, perto dela, o fechara, evitando olhar, e o afastara.

Sofrera além disso uma desilusão que esse livro, e em especial a história da sua própria família, lhe trazia sempre à memória. O herdeiro presuntivo, o próprio William Walter Elliot, Esq., cujos direitos tinham sido tão generosamente apoiados pelo seu pai, decepcionara-a.

Quando era ainda uma rapariga muito novinha, e assim que soubera que ele seria, no caso de ela não vir a ter nenhum irmão, o futuro baronete, tencionara desposá-lo, e o pai sempre pretendera que assim fosse, Não o tinham conhecido em rapaz mas, pouco depois da morte de Lady Elliot, Sir Walter procurara estabelecer a convivência, e embora as suas iniciativas não tivessem sido acolhidas com qualquer entusiasmo, persistira em procurá-lo, levando em conta o modesto retraimento da mocidade. E numa das suas viagens primaveris a Londres, quando Elizabeth atingira todo o viço da sua juventude, Mr. Elliot tinha sido forçado a aceitar a apresentação.

Era, nesse tempo, um homem muito novo, que iniciara o estudo de Direito, e Elizabeth achara-o muitíssimo agradável e confirmara todos os planos a favor dele. Foi convidado para visitar Kellynch-hall, foi esperado, e motivo de conversa, durante o resto do ano - mas nunca apareceu. Na Primavera seguinte, foi de novo visto na cidade, considerado igualmente agradável e mais uma vez encorajado, convidado e esperado, e uma vez mais, também não veio.





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