12 Quem pode duvidar do que se seguiu? Quando se mete na cabeça de dois jovens casar, podem ter a certeza de que, pela perseverança, alcançarão o seu propósito, mesmo que sejam muito pobres, ou muito imprudentes, ou seja mesmo muito pouco provável que possam ser necessários para o supremo bem-estar um do outro. Isto pode ser uma maneira pouco moral de concluir uma história, mas eu creio que é verdade. E se esses casais são bem-sucedidos, como seria possível que um capitão Wentworth e uma Anne Elliot, com a vantagem de possuírem ambos maturidade de espírito, consciência do bem e do mal e fortuna independente, não conseguissem derrubar toda a oposição? Na realidade, até poderiam ter vencido muito mais do que encontraram pela frente, pois pouco tiveram que os apoquentasse além de falta de cortesia e cordialidade. Sir Walter não levantou qualquer objecção, e Elizabeth não fez nada pior do que mostrar-se fria e indiferente. O capitão Wentworth, com vinte e cinco mil libras e ocupando na sua profissão o posto mais elevado a que o mérito e a actividade o podiam guindar, tornara-se alguém. Agora era considerado inteiramente digno de cortejar a filha de um baronete tonto e esbanjador que não tivera nem os princípios nem o bom senso suficientes para se manter na situação em que a Providência o colocara, e que, chegada a altura, só pôde dar à filha uma pequena parcela da partilha de dez mil libras a que doravante ela tinha direito.
Na verdade, Sir Walter, apesar de não ter nenhum afecto por Anne nem sentir a vaidade lisonjeada para ficar realmente feliz com o acontecimento, estava muito longe de pensar que se tratava de um mau casamento para ela. Pelo contrário, quando passou a ver mais o capitão Wentworth, quando teve oportunidade