5 Na manhã escolhida para o almirante e Mrs. Croft verem Kellynch-hall, Anne achou muito natural dar o seu passeio quase diário para visitar Lady Russell, e manter-se afastada de sua casa até tudo estar terminado - altura em que também lhe pareceu muito natural ter pena de haver perdido a oportunidade de os ver.
Este encontro das duas partes interessadas revelou-se altamente satisfatório e permitiu resolver o assunto todo de uma vez. Cada uma das senhoras estava de antemão inclinada para um acordo e, consequentemente, não viu nada senão boas maneiras na outra; e, com respeito aos cavalheiros, houve da parte do almirante um bom humor tão caloroso e uma liberalidade tão franca e confiante que não puderam deixar de influenciar Sir Walter, tanto mais que este fora persuadido, pela lisonja, a demonstrar os seus melhores e mais corteses modos, pois Mr. Shepherd tivera o cuidado de lhe garantir que o almirante o considerava, pelo que dele ouvira dizer, um modelo de boa educação.
A casa, os terrenos e o mobiliário foram aprovados, os Croft foram aprovados, e as condições, prazos, tudo e todos foram aceites. Os escriturários de Mr. Shepherd lançaram-se ao trabalho, sem ter havido uma única discordância preliminar que obrigasse a modificar tudo o que «Esta escritura documenta.»
Sir Walter declarou, sem hesitação, que o almirante era o marinheiro mais bem-parecido que jamais conhecera, indo mesmo ao ponto de dizer que, se o seu próprio criado pessoal lhe pudesse arranjar o cabelo, não se envergonharia de ser visto com ele fosse onde fosse. E o almirante, com uma cordialidade complacente, observou à mulher, enquanto regressavam pelo parque: «Eu pensava que em breve chegaríamos a um acordo, minha querida, apesar do que nos disseram em Taunron.