Sangue Azul - Cap. 7: 7 Pág. 61 / 287

O seu pai desejava muito que conhecesse o capitão Wentworth, e como não havia razão suficiente que a tal obstasse, ele devia ir. Tudo isto terminou com a destemida declaração pública, quando regressou da caça, da sua intenção de se ir vestir imediatamente e jantar na outra casa.

- O rapaz não podia estar melhor do que está - afirmou -, e por isso acabei de dizer ao meu pai que iria, e ele achou que eu fazia muito bem. Como a tua irmã está contigo, meu amor, não sinto qualquer escrúpulo. Tu própria não o desejarias deixar, compreendo, mas bem vês que eu não posso ser de utilidade nenhuma. A Anne manda-me chamar se acontecer alguma coisa.

Maridos e mulheres compreendem, geralmente, quando a oposição é vã. Mary percebeu, pela maneira de falar de Charles, que ele estava inteiramente decidido a ir e que não serviria de nada contrariá-lo. Não disse, portanto, nada até ele sair da sala, mas assim que ficou sozinha com Anne não se calou.

- Aí tens! Tu e eu que nos arranjemos, com esta pobre criança doente e sem que urna só criatura se aproxime de nós toda a noite! Eu sabia que seria assim. É sempre esta a minha sorte! Se se passa alguma coisa desagradável, podemos ter a certeza de que os homens arranjam sempre maneira de se escapar, e nisso o Charles é tão mau como qualquer outro. Que insensibilidade! Sim, é uma grande falta de sensibilidade da parte dele afastar-se assim do seu pobre filhinho, com aquela desculpa de ele estar a passar muito bem! Como é que ele sabe que o filho está a passar bem ou que não pode haver uma mudança daqui a meia hora? Não imaginava que o Charles fosse capaz de ser tão insensível. Lá vai ele divertir-se, e eu, porque sou a pobre mãe, não me posso mexer daqui. E, no entanto, tenho a certeza de que sou mais inadequada do que qualquer outra pessoa para ficar junto da criança.





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