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Capítulo 9: Capítulo 9

Página 144

- Sente frio? - perguntou o criado, servindo-lhe uma omeleta. - Fecho a janela?

Dorian abanou a cabeça.

- Não tenho frio - murmurou.

Era verdade? Havia o retrato realmente mudado? Ou teria sido apenas a sua imaginação que o fizera ver expressão de crueldade onde havia expressão de alegria? Com certeza uma tela pintada não podia mudar! Era absurdo. Seria uma história para um dia contar ao Basil. Fá-lo-ia sorrir.

E, no entanto, com que precisão se lembrava de tudo!

Primeiro, na penumbra do crepúsculo e, depois, no esplendor da manhã, vira o vinco de crueldade em roda dos lábios arrepanhados. Quase o aterrava a ideia de que o criado ia deixar o quarto. Sabia que, mal ficasse só, correria a examinar o retrato. Arreceava-se da certeza. Quando o criado trouxe o café e os cigarros e voltou as costas para sair, sentiu um fero desejo de lhe dizer que ficasse. Quando a porta se ia a fechar, chamou-o. O homem estacou, à espera de ordens. Dorian fitou-o por um momento. Depois disse, com um suspiro:

- Não estou em casa para ninguém, Victor. - Este curvou-se e saiu.

Dorian ergueu-se, então, da mesa, acendeu um cigarro e estirou-se sobre um divã de luxuosas almofadas, que se achava colocado em frente do velho biombo de coiro doirado, artisticamente trabalhado, em estilo Luís XIV.

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 144

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313