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Capítulo 11: Capítulo 11

Página 183
Destruiriam a sua beleza e devorariam a sua graça. Poluí-ia-iam e torná-la-iam asquerosa. E, todavia, continuaria vivendo. Conservar-se-ia sempre viva.

Estremeceu, e por um momento lastimou não haver dito a Basil a verdadeira razão por que desejaria esconder o retrato. Basil havê-lo-ia ajudado a resistir à influência de Lord Henry e às influências ainda mais venenosas que dimanavam do seu próprio temperamento. O amor que lhe consagrava - pois era realmente amor - nada tinha que não fosse nobre e intelectual. Não era aquela mera admiração física da beleza que nasce dos sentidos e que morre quando os sentidos se cansam. Era um amor como o que haviam conhecido Miguel Ângelo, Montaigne, Winckelmann e o próprio Shakespeare. Sim, Basil teria podido salvá-lo. Mas agora era demasiado tarde. Podiam consegui-lo o pesar, a repulsa ou o esquecimento. O futuro, porém, era inevitável. Havia nele paixões que encontrariam o seu terrível desfecho, sonhos que tornariam real a sombra do seu malefício.

Pegou na grande colcha de púrpura e oiro que cobria o divã e, segurando-a nas mãos, dirigiu-se para trás do biombo. Estava a cara pintada na tela mais hedionda do que antes? Pareceu-lhe não haver mudado; e, no entanto, intensificou-se-lhe o asco que lhe inspirava.

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 183

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313