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Capítulo 17: Capítulo 17

Página 281

Então passaram por solitárias tijolarias. O nevoeiro era aí mais ténue, permitindo-lhe ver os estranhos fornos em forma de garrafa, de que irrompiam línguas de fogo como enormes leques amarelos. Um cão ladrou à sua passagem, e ao longe, nas trevas, gritou uma gaivota errante. O cavalo tropeçou numa cova, desviou-se e deitou a galope:

Passado algum tempo, deixaram a estrada e meteram por ruas toscamente calcetadas. A maior parte das janelas estavam às escuras, mas, de longe a longe, projectavam-se fantásticas sombras sobre as cortinas iluminadas. Pôs-se a examiná-las com curiosidade. Moviam-se como monstruosos títeres e gesticulavam como seres vivos. Odiava-as. Lavrava-lhe no coração uma raiva surda. Ao virar duma esquina, uma mulher bradou-lhes qualquer coisa duma porta aberta e dois homens correram umas cem jardas atrás do carro. O cocheiro fustigou-os com o chicote.

Diz-se que sob o império da paixão os nossos pensamentos descrevem um círculo. Com uma horrenda reiteração, os lábios mordidos de Dorian Gray proferiam e tornavam a proferir aquelas subtis palavras sobre a alma e os sentidos, até nelas encontrar, por assim dizer, a plena expressão do seu modo de ser e justificar, pela aprovação da inteligência, as paixões que sem justificação haveriam ainda dominado o seu temperamento.

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 281

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313