- Este caso de Sir Danvers é muito triste - observou.
- É verdade, Sr. Utterson. Suscitou uma enorme comoção entre o público - respondeu Guest. - É óbvio que o homem era louco.
- Gostaria de ouvir a sua opinião - replicou Utterson. - Tenho aqui um documento com a caligrafia dele; aqui entre nós, mal sei o que fazer com ele; na pior das hipóteses, é um assunto desagradável. Mas aqui tem, à sua disposição: um autógrafo do assassino.
Os olhos de Guest brilharam. Sentou-se de imediato e começou a estudar a carta atentamente.
- Não, senhor - disse. - O homem não é louco; mas a escrita é muito estranha.
- E o escritor é, sem dúvida, muito excêntrico - acrescentou o advogado.
Nesse momento, o criado entrou com um bilhete.
- É do Dr. Jekyll? - inquiriu o secretário. - Pareceu-me reconhecer a letra. É alguma coisa privada, Sr. Utterson?
- Apenas um convite para jantar. Porquê? Deseja vê-lo?
- Só um instante. Com licença - disse Guest; e, colocando ambas as folhas lado a lado, comparou minuciosamente os respectivos conteúdos.
- Obrigado, Sr. Utterson - disse, por fim, devolvendo os documentos. - É um autógrafo muito interessante.
Seguiu-se uma pausa, durante a qual o Sr. Utterson se debateu consigo próprio.
- Porque as comparou, Guest? - perguntou subitamente.