- É por aqui, Watson - disse, por fim. - Acho que devemos deixar, de momento, a questão de quem matou John Straker e limitarmo-nos a descobrir, num instante, o que foi feito do cavalo. Ora, supondo que ele fugiu durante ou depois da tragédia, para onde poderia ter ido? O cavalo é um animal gregário; ao ficar só, o instinto tê-la-ia feito regressar a King's Pyland ou dirigir-se a Mapleton. Por que razão desataria a correr, como um selvagem, pelas charnecas? Neste caso já teria sido visto. Há ainda a hipótese de os ciganos o terem levado, mas não me parece muito aceitável. São pessoas que se afastam dos sítios onde surgem dificuldades porque não querem ser incomodados pela polícia. Além disso, ser-lhes-ia muito difícil vender um cavalo daqueles e expunham-se a um grande perigo quase sem nenhum proveito. Tudo isto me parece bastante evidente.
- Onde estará ele então?
- Já disse que devia ter ido para King's Pyland ou para Mapleton. Ora se não está em King's Pyland, está portanto em Mapleton. Tomemos isto como a principal hipótese e veremos onde ela nos leva. Esta parte da charneca, como o inspector observou, é muito dura e seca. Mas perto de Mapleton abranda e pode-se mesmo ver daqui que há um longo vale, lá ao longe, que devia estar muito molhado com a chuva de segunda-feira. Se a nossa hipótese estiver certa, o cavalo deve tê-lo atravessado; é pois ali que devemos procurar o seu rasto.
Tínhamos andado com rapidez durante a nossa conversa, de modo que, poucos minutos depois, estávamos no vale em questão. A pedido de Holmes, desci o barranco à direita e ele à esquerda.