E com três transgressões, levadas ao conhecimento da direcção, o tagarela fica sujeito a expulsão. O meu irmão foi um dos fundadores e eu próprio descobri que o clube tem uma atmosfera calmante.
Enquanto conversávamos, tínhamos chegado a Pall Mall e estávamos quase no fim de St. James. Sherlock Holmes parou a uma porta, a pequena distância do Carlton e, prevenindo-me de que não falasse, seguiu para o vestíbulo. Através das placas de vidro, divisei uma sala grande e luxuosa onde havia um número considerável de homens sentados a ler jornais, cada um no seu próprio cantinho. Holmes introduziu-me numa sala que dava para Pall Mall e, deixando-me então por um minuto, voltou com um companheiro que, como eu já sabia, só podia ser o seu irmão.
Mycroft Holmes era muito mais alto e corpulento do que Sherllock. O seu corpo era realmente volumoso, mas o rosto, embora maciço, mantinha qualquer coisa da agudeza de expressão que tornava tão notável o de seu irmão. Os olhos, de um cinzento agudo, particularmente leve, pareciam conservar sempre aquela aparência longínqua e introspectiva que eu observava em Sherlock quando exercia os seus plenos poderes.
- Muito prazer em conhecê-lo - disse, estendendo-me a mão ampla e chata como a barbatana de uma foca. - Oiço falar de Sherlock por toda a parte desde que o senhor se tornou o seu cronista. A propósito Sherlock, esperava ver-te a semana passada para me falares sobre aquele caso de Manor House. Pensei que não tinhas avançado.
- Não, já o resolvi - disse o meu amigo, sorrindo.
- Era Adams, com certeza?
- Sim, era Adams.
- Estava certo disso desde o princípio.
Sentaram-se ambos no peitoril da janela do clube.
- Este é o lugar ideal para quem quiser estudar a humanidade disse Mycroft.