Mas não estava lá o nome da Franco-Midland Hardware Company, Limited. Por uns instantes fiquei com o coração na mão, receando que tudo aquilo não passasse de uma bem elaborada mistificação, quando apareceu um homem que se me dirigiu. Era muito parecido com o sujeito que tinha visto na noite anterior, a mesma figura e a mesma voz, mas sem barba e com o cabelo mais claro.
«- É o senhor Hall Pycroft?» - perguntou.
«- Sim, senhor» - respondi.
«- Estava à sua espera, mas o senhor chegou um pouco antes da hora. Recebi uma carta do meu irmão esta manhã, na qual lhe faz grandes elogios.
«- Estava exactamente á procura dos escritórios quando o senhor chegou.
«- Não pusemos ainda o nosso nome porque só arranjámos estas salas temporárias na semana passada. Venha comigo e discutiremos o assunto.»
» Acompanhei-o até ao alto de uma escada íngreme. Ali, justamente debaixo do patamar, havia um par de salas pequenas, vazias e empoeiradas, sem cortinas e sem tapetes. Pensava num grande escritório com filas de escreventes e mesas envernizadas, tal como me acostumara. Mas, pelo contrário, vi duas cadeiras de pinho, uma mesinha com o livro de razão e a cesta do papel; e o mobiliário era apenas isto.
«- Não se preocupe, Sr. Pycroft» - disse o meu novo conhecido, vendo-me a expressão do rosto. «- Roma não foi feita num dia, e por trás de nós há muito dinheiro, posto que os nossos escritórios não façam ainda muito boa figura. Sente-se, por favor, e deixe-me ver a sua carta.»
» Entreguei-lha e ele leu-a com muita atenção.
«- Parece que o senhor causou uma óptima impressão ao meu irmão Artur - disse-me - e sei que ele é um juiz muito arguto. Ele trata da parte que diz respeito a Londres, e eu de Birmingham, mas desta vez seguirei o conselho dele.
