O Vale do Terror - Cap. 9: Capítulo 2 – O Grão-Mestre Pág. 102 / 172

Quem não o conhecesse poderia considerá-lo um homem honesto, embora rude. Só os seus olhos indicavam ser desapiedado e possuir uma coragem e uma astúcia que tornavam a sua capacidade para o Mal ainda mais perigosa.

Depois de tê-lo estudado atentamente, Mac Murdo avançou para o pequeno grupo de aduladores que o rodeava, rindo estrepitosamente aos seus menores gracejos.

Subitamente, Mac Ginty notou os olhos cinzentos de Mac Murdo fitando-o através das lentes dos óculos.

- Olá, jovem, não me lembro de tê-lo visto por cá.

- Sou novo na terra, Mr. Mac Ginty.

Este replicou, com um ar de censura:

- Não é tão novo que não saiba dar a uma pessoa o título conveniente.

Uma voz do grupo, sublinhou:

- Conselheiro Mac Ginty.

Mac Murdo manteve-se calmo e explicou:

- Ainda não conheço os hábitos da terra. Desculpe, Conselheiro, mas sugeriram-me que viesse visitá-lo.

- Aqui me tem. Que tal me acha?

- Ainda é cedo para formular uma opinião, mas se o seu coração é tão grande como o corpo e a sua alma tão bela como a fisionomia, nada pode ser melhor.

- Co'os diabos! Você tem a prosápia de um irlandês! - apreciou Mac Ginty, não sabendo se devia indignar-se com o insolente, ou manter a dignidade. Aprova, realmente, esta minha aparência?

- Naturalmente!

- E disseram-lhe que me procurasse?

- Precisamente.

- Quem?

- O irmão Scanlan, da Loja 341, de Vermissa. Bebo à sua saúde, Conselheiro, e à nossa melhor amizade - proferiu Mac Murdo, erguendo o copo que acabavam de meter-lhe na mão. Enquanto bebia, ergueu o dedo mínimo.

Perante aquele sinal convencional da Ordem, Mac Ginty arqueou as espessas sobrancelhas.

- Ah, então é isso, hem? Terei de verificar.





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