O Vale do Terror - Cap. 9: Capítulo 2 – O Grão-Mestre Pág. 103 / 172

.. Como disse chamar-se?

- Ainda não disse. Sou Mac Murdo.

- Pois fique sabendo, Mr. Mac Murdo que, aqui por estas bandas, não confiamos em ninguém, só pelo que dizem. Venha aqui por um momento, atrás do bar.

Entraram numa pequena divisão onde se empilhavam vários barris, encostados às paredes. Mac Ginty fechou a porta e sentou-se num dos barris, mastigando o charuto e inspeccionando o jovem com olhos inquietantes.

Mac Murdo suportou calmamente o exame silencioso do Conselheiro que, subitamente, sacou de um enorme revólver da Marinha.

- Oiça lá, seu gracejador: se pretende pregar-me uma partida pode, desde já, encomendar a alma ao Diabo!

- Parece-me uma recepção bastante estranha, da parte do grão-mestre de uma Loja de Homens Livres, a um irmão recém-chegado - criticou Mac Murdo, com certa dignidade.

- É isso que você tem de provar. Onde foi «iniciado»?

- No Loja 29, em Chicago.

- Quando?

- Em 24 de Julho de 1872.

- Quem era o grão-mestre?

- James H. Scott.

- E o dirigente da zona?

- Bartholomew Wilson.

- Parece ter as respostas bem estudadas. Que veio cá fazer?

- Trabalhar, mas num emprego menos bem remunerado que o seu.

- Realmente, tem as respostas na ponta da língua.

- Tive sempre a palavra, rápida.

- E é também rápido a agir?

- Tenho essa fama, entre aqueles que me conhecem bem.

- Talvez o ponhamos à prova, mais cedo do que pensa. Por que motivo abandonou Chicago?

- Prefiro que me matem, a dizê-lo.

- Porquê?

- Porque um irmão não deve mentir a outro irmão.

- A verdade é assim tão má, para que posse revelar-ma?

- Pense o que quiser acerca dela.

- Você não vai esperar que eu, como grão-mestre, receba na minha Loja um homem por cujo passado não possa responder.





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