O Vale do Terror - Cap. 11: Capítulo 4 – O Vale do Terror Pág. 131 / 172

Mac Murdo encolheu os ombros.

- Você é muito brando para desempenhar tais serviços - disse. - Não foi talhado para eles.

- Tinha consciência e crença religiosa, mas eles fizeram de mim um criminoso. Fui destacado para uma empresa. Se me recusasse, sabia muito bem o que poderia acontecer-me. Talvez seja um covarde. É possível que a causa disso seja a inquietação pela minha família.

»Creio que, esse pesadelo me acompanhará pelo resto da vida. Era uma casa isolada, a vinte milhas daqui, do outro lado das montanhas. Foi-me dado o encargo de vigiar à porta, exactamente como lhe ordenaram a noite passada. Não confiavam em mim para desempenhar a missão que nos fora atribuída. Os outros entraram. Ao abandonarem a casa, tinham as mãos tintas de sangue até aos pulsos. No momento em que nos afastávamos, uma criança saiu atrás de nós gritando, banhada em pranto. Era um menino de cinco anos que tinha assistido ao assassínio do próprio pai.

»Quase desmaiei de horror e, no entanto, tive de conservar o rosto impassível e sorridente, pois sabia que, se não o fizesse, seria de minha casa que eles sairiam com as mãos manchadas de sangue e o meu pequeno Fred teria de lamentar a perda do pai. Contudo tinha-me então tornado cúmplice de um homicídio.

»Sou bom católico, mas o sacerdote não me quis ouvir quando soube que eu era um Vingador, e excomungou-me. Eis a minha situação. E, agora, vejo-o rojar-se no mesmo abismo e pergunto: Está pronto para também se transformar num assassino insensível?

- Que quer fazer? - perguntou Mac Murdo subitamente. - Tomar-se delator?

- Pelo amor de Deus! - protestou Morris. Decerto, a simples ideia de traição custar-me-ia a Vida.

- Tanto melhor! - replicou Mac Murdo.





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