O Vale do Terror - Cap. 11: Capítulo 4 – O Vale do Terror Pág. 132 / 172

- Sabe o que penso? Que você é demasiado brando e preocupa-se com coisas sem importância.

- Sem importância! Espere até ter vivido aqui um pouco mais e verá. Observe o vale lá em baixo. Veja que nuvem de fumo de centenas de chaminés o obscurece. Pois afirmo-lhe que a nuvem de crimes paira sobre os seus habitantes, muito mais negra do que a das fábricas. É o Vale do Terror... O Vale da Morte. Reina o terror no coração do povo desde, o crepúsculo até à aurora. Espere, meu rapaz, e convencer-se-á desta verdade à sua própria custa.

- Bem, dir-lhe-ei o que penso quando estiver mais a par dos factos - replicou Mac Murdo num tom indiferente. - O que me parece evidente é este lugar não lhe convir a si e que, quanto mais cedo liquidar o seu negócio, se conseguir obter dez por cento do seu valor, tanto melhor para si. Quanto ao que me disse, pode ficar certo de que não o transmitirei a ninguém. Mas, se souber que é um delator...

- Não! - gritou Morris lastimosamente.

- Muito bem! Lembrar-me-ei das suas palavras e talvez um dia voltemos ao assunto. Creio que me falou com a melhor das intenções. Agora, preciso de voltar para casa.

- Mais uma palavra, antes de nos separarmos - implorou Morris. - É possível que nos tenham visto juntos e, nesse caso, queiram saber do que estivemos a falar.

- Tem razão.

- Ofereci-lhe emprego no meu negócio.

- E eu recusei-o. Foi o assunto da nossa conversa. Bem, até breve, Irmão Morris, e esperemos que tudo lhe corra melhor, no futuro.

Naquela mesma tarde, estava Mac Murdo sentado a fumar, imenso nos seus pensamentos, quando a porta se escancarou, surgindo o vulto enorme de Mac Ginty.

»Depois de ter trocado o sinal da Loja com Mac Murdo, sentou-se e fitou-o, por algum tempo, com um olhar resoluto que foi correspondido pelo jovem.





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