O Vale do Terror - Cap. 13: Capítulo 6 – Perigo Pág. 157 / 172

É um homem deveras corajoso e nada tem de tolo. Faz-se, passar por Steve Wilson e está hospedado algures em Hobson's Patch.

- Como sabe isso?

-Porque tive a oportunidade de falar com ele. Nessa altura, não dei importância ao facto, mas esta carta deu-me a certeza de que se trata realmente de um agente da «Pinkerton».

»Encontrei-o, por acaso, no comboio quando, na quarta-feira passada, fui a Hobson's Patch. Disse-me ser jornalista e, nessa altura, acreditei. Estava interessado em saber o que se passava por cá, com os Vingadores e com aquilo a que ele chamava “violências perpetradas contra pessoas inocentes”. Tencionava escrever um artigo a esse respeito, no New York Press.

»Como é natural, fui respondendo às suas perguntas, mas com a maior diplomacia. Então, prometeu:

»- Pagarei bem a quem me der matéria que satisfaça o meu director.

»Contei-lhe aquilo que já é do conhecimento de toda a gente e, mesmo assim, deu-me uma nota de vinte dólares.

»- Se me arranjar novas informações que me conduzam a provas absolutas, pagar-lhe-ei dez vezes mais - propôs, vivamente.

- Que lhe contou, Mac Murdo?

- Nada de especial, com alguns factos verdadeiros à mistura, para dar-lhe a ideia de que os Vingadores procuravam fazer justiça à sua marteira, numa luta, de classes do proletariado explorado contra os patrões exploradores. Não fiz qualquer referência à Ordem dos Homens livres, nem às nossas reuniões neste Sindicato... mas há muita gente que está a par do assunto e que não deixará de dar com a língua nos dentes. Esse é o perigo que antevejo.

- Como descobriu que ele não era jornalista?

- Porque desceu, tal como eu, em Hobson's Patch, e porque o vi sair do telégrafo no preciso momento em que eu ali entrava.





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