- Pois bem. O navio chegou à Cidade do Cabo ontem à noite... e, hoje de manhã, recebi este telegrama de Mrs. Douglas.
«Jack caiu ao mar durante tempestade ao largo Santa Helena. Ninguém sabe como se deu acidente.
Ivy Douglas»
- Acabou dessa maneira! - murmurou Holmes, pensativo. - Isso significa que o plano foi habilmente arquitectado.
- Quer dizer que não se tratou de acidente?
- De modo algum.
- Assassínio?
- Evidentemente.
- Também me ocorreu essa hipótese. Esse maldito bando de Vingadores infernais...
- Não meu caro amigo - interrompeu Holmes, - não se trata de um golpe de terroristas, com espingardas de canos serrados, ou de revólveres, estrepitantes. Há nisso mão de mestre e um artista distingue-se pela pincelada! Sou capaz de reconhecer uma obra de Moriarty, à primeira vista. Esse crime foi planeado aqui em Londres, e não na América do Norte.
- Não compreendo porque pensa isso!
- Porque o golpe foi executado por um homem que nunca se dá ao luxo de falhar, pois tudo quanto possui, elevada posição e riqueza, deve-se ao êxito de todos os seus empreendimentos.
»Trata-se de um grande cérebro que dirige uma vastíssima organização e, desta vez, empenhou-se na, destruição de um único indivíduo. Parece um absurdo dispêndio de energia, tal como partir-se uma noz com um martelo-pilão... mas a noz fica inevitavelmente esmagada!
- Mas... porque se empenhou tal homem em destruir Douglas?
- Apenas posso deduzir que a primeira palavra, conducente a essa destruição, partiu de um associado subordinado do mestre. Esses americanos foram deveras astutos. Para levarem a cabo a sua vingança em Inglaterra, aliaram-se a esse grande consultor do Crime.