Até aí está tudo muito bem. Mas, por que utilizou uma espingarda?
- Precisamente: porquê?
- E qual a razão do desaparecimento da aliança?
- Sabe-se lá?
- E porque não foi efectuada prisão alguma? Já passa das duas horas. Estou certo de que, desde o romper da alvorada, todos os policias, num raio de quarenta milhas, se encontrem à procura de um desconhecido com as calças encharcadas.
- Perfeitamente, Mr. Holmes.
- Pois bem; a menos que ele se tivesse escondido nas cercanias ou possuísse uma muda de roupa, teria sido caçado. Mas, até agora, ninguém o viu!
Holmes dirigira-se à janela e pusera-se a examinar, com uma lente, a mancha de sangue sobre o peitoril.
- Trata-se, inegavelmente, da marca de uma sola de sapato. É de grandes proporções e de um pé chato que pisa para fora. São pegadas muito indistintas. Que é isto, debaixo desta mesa?
- São os halteres com que Mr. Douglas praticava ginástica - respondeu Ames.
- Halteres... Vejo apenas um. Onde está o outro?
- Não sei, Mr. Holmes. Talvez só houvesse um.
- Um haltere apenas!... - repetiu Holmes, gravemente. Foi interrompido por súbita pancada na porta. Um homem alto; queimado do sol, de fisionomia inteligente, rigorosamente escanhoado, surgiu no umbral. Percebi tratar-se de Cecil Barker, de quem já ouvira falar. Os seus olhos autoritários fitaram cada um de nós, interrogativamente.
- Desculpem-me interromper-lhes a conferência - prefaciou - mas venho transmitir-lhes uma novidade.
- Prenderam alguém?
- Não, mas encontrou-se a bicicleta que o homem abandonou na fuga. Venham vê-la. Está a cerca de cem metros da porta de entrada.
Deparámos com três ou quatro criados e alguns curiosos, a inspeccionar uma bicicleta que havia sido retirada de um grupo de pinheiros onde fora ocultada.