- Não se preocupem com despesas. Quero que empreguem todos os esforços possíveis para atingir-se uma rápida conclusão.
- Talvez possa dizer-nos alguma coisa que ajude a esclarecer o problema.
- Estou ao vosso dispor.
- Mr. Barker declarou que a senhora não viu... que não chegou a entrar na sala onde ocorreu a tragédia.
- Não. Fez-me subir a escada, suplicando-me que voltasse para o meu quarto.
- Exactamente. A senhora descera, mal ouvira o disparo?
- Vesti o roupão e desci imediatamente.
- Quanto tempo decorreu desde o momento em que ouviu o tiro e aquele em que se encontrou na escada com Mr. Barker?
- Talvez dois minutos. É difícil calcular o tempo em tais circunstâncias. Pediu-me insistentemente que voltasse para o quarto e garantiu-me que eu já nada podia fazer. Em seguida, a governanta, Mrs. Allen, levou-me para cima. Parecia estar a viver um pesadelo horrível.
- Sabe quanto tempo seu marido esteve no andar de cima, antes de a senhora ouvir o disparo?
-Não sei. Meu marido saiu do quarto de vestir sem que eu desse por isso. À noite, percorria a casa inteira, pois receava um possível incêndio. Era a única coisa que o atormentava.
- É esse precisamente o ponto a que desejava chegar. Só o conheceu quando ele regressou a Inglaterra?
- Sim. Estávamos casados havia cinco anos.
- Nunca o ouviu referir uma ocorrência, na América, que pudesse constituir um perigo para ele?
Mrs. Douglas reflectiu antes de responder.
- Sim - confirmou. - Sempre tive a sensação de que se sentia ameaçado. Contudo, nunca quis discutir esse assunto comigo pois evitava causar-me preocupações. Temia que eu me afligisse e, por esse motivo, preferia calar-se.