O Vale do Terror - Cap. 7: Capítulo 7 – A Solução Pág. 80 / 172

»Passei uma tarde instrutiva na biblioteca do pároco e aumentei os meus conhecimentos, verificando o facto de que Vermissa é uma Cidadezinha florescente na embocadura de um dos vales mais conhecidos da região mineira de carvão e de ferro dos Estados Unidos.

»Recordo-me vagamente, Mr. Barker, de que o senhor associou as zonas carboníferas com a personalidade da primeira esposa de Douglas e não me parece muito arriscado supor que as letras “V. V.” no cartão, encontrado ao lado do cadáver, possam significar Vale Vermissa,e que este vale, que expede emissários assassinos, seja o tal Vale do Terror. E agora, Mr. Barker, não quero demorar mais a sua explicação.

Valia a pena observar a expressão de Cecil Barker durante a exposição de Holmes. Cólera, espanto, consternação e incerteza dominaram-lhe, sucessivamente o semblante. Finalmente, refugiou-se numa acre ironia.

- Já que sabe tanto, Mr. Holmes, talvez fosse melhor contar-nos mais alguma coisa - troçou.

- Poderia contar muito mais coisas, Mr. Barker, contudo soarão melhor se forem relatadas por si.

- Pois bem, tudo quanto posso dizer é que, se existe algum segredo não é meu e não sou homem para revelá-lo.

- Se toma essa atitude - interveio o inspector calmamente, - devemos considerá-lo à nossa disposição até obtermos ordem de prisão contra o senhor.

- Podem fazer o que lhes der na gana - replicou Barker em tom de desafio.

A situação perecia ter-se cristalizado definitivamente em relação a Barker, pois bastava observar-lhe a fisionomia para compreender que nenhuma peine forte et dure iria demovê-lo. Contudo, o ponto morto foi superado por uma voz feminina.