O Vale do Terror - Cap. 9: Capítulo 2 – O Grão-Mestre Pág. 97 / 172

- Também sou membro dessa Ordem - respondeu Mac Murdo.

- Pois, se o soubesse, não lhe teria consentido a entrada nesta casa!

- Não compreendo. A Ordem dedica-se à caridade e à harmonia entre os homens. É O que consta dos seus estatutos.

- Talvez noutros lugares, mas não aqui.

- Porquê?

- Porque, aqui, é uma sociedade criminosa.

- Tem provas disso?

- Bastam mais de cinquenta assassínios para testemunhá-lo. Que foi feito de Milman e de Van Short, da família Nicholson, do velho Hyam, do pequeno Billy James e de tantos outros? Toda a gente o sabe neste vale.

- Pois bem - declarou Mac Murdo, gravemente. Coloque-se no meu lugar. Sou um estranho nesta cidade. Pertenço realmente a uma sociedade que sei ser honesta e inofensiva, hoje já espalhada por todos os Estados Unidos. É a primeira vez, agora que vim instalar-me aqui, que oiço alguém dizer que a mesma Ordem, sob o título de «Vingadores», é uma agremiação de criminosos. Preciso que me dê uma melhor explicação, Mr. Shafter.

- Só posso dizer-lhe o que toda a gente já sabe: que o chefe da Ordem é o chefe dos Vingadores.

- Isso não me basta. Quero provas.

- Se permanecer por cá, mais algum tempo, terá todas as provas que deseja. Já me basta que um daquela corja tenha vindo fazer a corte à minha Ettie. Não tenho outro remédio, Mr. Mac Murdo, senão pedir-lhe que saia desta casa. Esta será a última noite em que cá dorme.

Nessa mesma tarde, Mac Murdo foi falar com Ettie, na saleta.

- O seu pai acaba de pôr-me na rua. Não me aflijo por perder o quarto, mas sim por deixar de vê-la tão amiudadamente. Confesso-lhe que já não posso viver sem si.

- Por favor, Mr. Mac Murdo, não me fale nesses termos! Eu já lhe dissera que, chegou demasiado tarde.





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