- Porque mal me conhece e a sua alma é inocente.
Entretanto a porta abriu-se e um jovem entrou na saleta, com ares de dono da casa.
Devia ter a mesma idade e estatura de Mac Murdo. Sem tirar o chapéu, estacou, enfurecido, ao ver o par junto da lareira.
Ettie pôs-se de pé, confusa e assustada.
- Chegou mais cedo do que eu esperava - titubeou. - Queira sentar-se aqui, Mr. Baldwin.
Numa atitude hostil, os dois homens trocaram um seco aceno de cabeça,
Baldwin foi o primeiro a falar:
- Espero que Miss Ettie já lhe tenha referido as relações que existem entre nós.
- Não me consta que hajam quaisquer relações entre os dois - ripostou Mac Murdo.
- Pois fica desde já a sabê-lo. Aviso-o de que esta jovem me pertence e de que a noite é apropriada para o senhor e eu darmos um passeio.
- Não tenho a menor vontade de passear.
Os olhos de Baldwin exprimiram cólera.
- Nesse caso, talvez tenha vontade de lutar comigo, senhor pensionista?
Pondo-se de pé, Mac Murdo sorriu.
- É a primeira coisa inteligente que o senhor proferiu, até agora.
- Não, Jack! - interveio Ettie. - Pelo amor de Deus!
- Já lhe chama Jack? - enfureceu-se Baldwin. Já chegaram a esse ponto?
- Oh, Ted! - interpôs-se Ettie. - Se me ama, mostre-se generoso e perdoe-lhe.
Mac Murdo proferiu calmamente:
-Se nos deixasse a sós, Ettie, creio que poderíamos liquidar melhor este assunto.
Virando-se para Baldwin, acrescentou:
- Afinal, a noite está linda e existe um terreno baldio, para além do quarteirão vizinho.
- Não precisarei de sujar as mãos, para ajustar contas consigo - retorquiu Baldwin. - Lamentará ter posto os pés nesta casa, antes de eu ter dado cabo de si.