As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 6: O Enigma de Reigate Pág. 125 / 274

Foi William, o cocheiro. Alvejaram-no no coração e foi o seu fim.

- Quem o alvejou, então?

- O ladrão, senhor. E depois fugiu como uma bala e desapareceu.

Tinha entrado pela janela da copa quando William se atirou a ele e encontrou a morte na defesa da propriedade do seu patrão.

- A que horas?

- A noite passada, mais ou menos à meia-noite.

- Bem, vamos lá imediatamente - disse o coronel, recomeçando friamente a tomar o pequeno-almoço. - É um negócio sujo - acrescentou, quando saiu o mordomo. - O velho Cunningham é aqui o nosso principal fidalgo. É uma pessoa muito decente. Isto vai afligi-lo bastante porque o homem estava ao seu serviço há muitos anos e era um óptimo empregado. Evidentemente que é o mesmo patife que entrou em casa de Acton.

- O que roubou aquela colecção tão estranha? - perguntou Holmes, pensativo.

- Exactamente.

- Hum! A questão pode vir a ser a mais simples do mundo; todavia, à primeira vista, é um tanto curiosa, não é? Era de esperar que um bando de ladrões, agindo na província, variasse o teatro das suas operações e não fizesse dois furtos no mesmo distrito em poucos dias. Quando falou a noite passada em tomar precauções, lembro-me de que me passou pela cabeça que esta provavelmente seria a última paróquia de Inglaterra a que o ladrão, ou ladrões, voltasse a dar atenção; o que mostra que ainda tenho muito que aprender.

- Deve tratar-se de qualquer profissional da região - disse o coronel. - Nesse caso, as casas de Acton e de Cunningham eram exactamente as que lhe podiam interessar, pois são as maiores que há por aqui.

- E são eles os mais ricos?

- Devem ser, mas tiveram uma demanda durante alguns anos, o que sugou o sangue a ambos, suponho eu.





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