As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 8: O Paciente Internado Pág. 186 / 274

E, com o meu auxílio e o do inspector, retirou o corpo e colocou-o reverentemente debaixo de um lençol.

- E esta corda? - perguntou ele.

- Foi cortada daqui - disse Trevelyan, tirando um grande rolo debaixo da cama. - Era nervosamente mórbido no tocante ao fogo e guardava-a sempre a seu lado, de modo que pudesse fugir pela janela no caso de o fogo vir pela escada.

- Isto poupou-lhes dificuldades - disse Holmes, pensativamente. - É isso mesmo, pois os tactos são muito claros. Aliás, ficarei surpreendido se lá para a tarde não os puder explicar muito bem. Levarei esta fotografia de Blessington que vejo na prateleira da lareira, pois pode auxiliar-me nas minhas investigações.

- Mas o senhor não nos disse nada! - exclamou o médico.

- Oh!, não pode haver dúvida quanto à sequência dos acontecimentos - replicou Holmes. - Eram três: o jovem, o velho e um terceiro de cuja identidade não tenho indícios. Os dois primeiros, não preciso de o dizer, são os mesmos que se mascararam de conde russo e de filho, de modo que deles podemos dar uma descrição muito completa. Foram admitidos por um cúmplice de dentro de casa. Se me permitir uma palavra de conselho, inspector, seria caso para prender o criado, que, como fui informado, entrou recentemente ao seu serviço, doutor.

- Não se consegue encontrar esse demónio - disse Trevelyan... - A criada e a cozinheira têm andado precisamente à sua procura.

Holmes encolheu os ombros.

- Ele representou um papel com certa importância neste drama - disse. - Subiram os três a escada, na ponta dos pés, primeiro o mais velho, depois o mais jovem e, por último, o desconhecido...

- Meu caro Holmes!... - comecei eu.

- Oh!, não pode haver dúvida quanto à sobreposição dos rastos.





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