- Perfeitamente.
- Eu, por mim, estou convencido de que ele providenciou para que você tomasse uma dose substancial e que agiu apoiado inteiramente no seu estado de inconsciência. É claro que vi logo que ele repetiria a tentativa, desde que pudesse fazê-lo com segurança, e a sua saída do quarto ofereceu-lhe a oportunidade desejada. Conservei Miss Harrison lá durante todo o dia para que ele não se nos antecipasse, mas, tendo-o convencido de que o caminho estava livre, pus-me de atalaia, como já descrevi. Eu sabia, quase sem possibilidade de errar, que os documentos estavam escondidos naquele quarto, mas não estava disposto a arrancar todo o soalho e os rodapés à procura deles. Deixei que ele os tirasse pois do esconderijo, e assim poupei-me a um mar de dificuldades. Resta mais algum ponto por esclarecer?
- Por que é que Harrison, da primeira vez, tentou a janela, quando podia entrar pela porta? - perguntei.
- Porque, para chegar à porta, teria de passar por sete quartos de cama. Por outro lado, em caso de fuga precipitada, seria infinitamente mais fácil e seguro fugir pela relva. Alguma coisa mais?
- Não pensa - perguntou Phelps - que ele tivesse intenções assassinas, pois não? A faca era apenas um instrumento para forçar os ferrolhos.
- Talvez tivesse - respondeu Holmes, encolhendo os ombros.