As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 2: A Face Amarela Pág. 34 / 274

“Só terá que esperar um pouco mais” – disse eu. Então ele disse que esperaria ao ar livre pois sentia-se ‘chocado’ e voltaria em breve. Nada do que eu disse o conseguiu reter.

- Muito bem, deste o teu melhor – disse Holmes enquanto se dirigia para a nossa sala. – Mas é extremamente irritante Watson. Eu estava desesperado por um caso, e este parece, pela impaciência do homem, um caso importante. Olá! Esse não é o seu cachimbo que está sobre a mesa. O nosso cliente deve-se ter esquecido dele. Uma boa e antiga extremidade com uma haste longa à qual as tabacarias chamam ‘âmbar’. Eu me pergunto quantas boquilhas de âmbar genuínas existem em Londres? Ele deveria estar realmente perturbado para deixar o cachimbo que evidentemente tem um valor muito elevado.

- Como sabe que tem um valor muito elevado? – Perguntei.

- Bem, eu colocaria que o valor original do cachimbo entre os seis e os sete pences. Agora, com vê, apresenta duas emendas, uma na haste de madeira e outra no âmbar. Cada uma destas emendas feitas com bandas de prata que custaram mais do que o cachimbo original. O homem deve ter uma estima muito grande pelo cachimbo pois prefere repará-lo do que comprar um novo pelo mesmo dinheiro.

- Mais alguma coisa? – Perguntei, pois Holmes virava o cachimbo na sua mão e observava-o com aquele seu olhar pensativo muito peculiar.

Ele ergueu-o e bateu-lhe com o seu longo dedo indicador, como um professor que está a falar sobre um osso.

- Os cachimbos são, ocasionalmente, de um interesse extraordinário – disse Holmes. – Nenhum objecto contém mais informação individual, excepto talvez os relógios e os cordões de sapatos. As indicações aqui, no entanto, nem são muito marcadas nem muito importantes.





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