Mas foi necessário esperar muito tempo. Chegou mesmo após termos terminado o nosso chá.
“A casa ainda está arrendada” – dizia. – “Vi novamente o rosto na janela. Encontro-vos no comboio das sete, e não faço nada até chegarem.”
Estava à nossa espera na plataforma quando chegamos, e pudemos verificar, graças à luz do candeeiro da estação, que estava pálido e agitado.
- Ainda cá estão, Sr. Holmes – disse, colocando a sua mão firmemente sobre a manga do meu amigo. – Eu vi luzes na casa quando vinha para aqui. Vamos resolver isto agora, de uma vez por todas.
- Qual é o seu plano? – perguntou Holmes, enquanto caminhava pela escura estrada flanqueada por árvores alinhadas.
- Vou forçar a entrada e ver, com os meus próprios olhos, quem está dentro da casa. Desejo que ambos os senhores sejam minhas testemunhas.
- Está muito determinado em fazer isso, apesar da sua esposa o ter advertido que seria melhor não resolver o mistério?
- Sim, estou determinado.
- Bem, penso que estará no seu direito. Qualquer verdade é melhor do que a dúvida permanente. É melhor ir lá de uma vez. Claro que, legalmente, estamo-nos a colocar irremediavelmente no lado errado, mas penso que valerá a pena.
Estava uma noite muito escura e uma chuva fina começou a cair quando nos afastámos da estrada principal e viramos no caminho estreito, profundamente sulcado, com sebes de ambos os lados. O Sr. Grant avançava impacientemente à nossa frente, e nós tentávamos acompanhá-lo o melhor que podíamos.
- Ali estão as luzes da minha casa – murmurou, apontando para um brilho entre as árvores. – E aqui é a casa que eu vou entrar.