O seu marido desenvolveu qualquer qualidade odiosa; ou então contraiu uma doença repugnante, tornando-se um leproso ou um imbecil. Ela afasta-se dele e volta para Inglaterra, muda o seu nome e começa uma nova vida. Está casada há já três anos, e acredita que a sua situação é já segura, tendo mostrado ao marido a certidão de óbito de um homem cujo nome da mulher ela assumiu. De repente, o seu paradeiro é descoberto pelo seu primeiro marido, ou, podemos supor, por uma mulher sem escrúpulos que toma conta do inválido. Eles escrevem para a esposa e ameaçam expô-la. Ela pede cem libras ao marido e tenta comprá-los mas, apesar disso, eles chegam e instalam-se na casa vizinha. Quando o marido menciona que têm novos vizinhos ela tem consciência que são os seus perseguidores. Espera até que o marido adormeça e vai até lá tentar convencê-los a deixá-la em paz. Sem sucesso, volta na manhã seguinte, e é apanhada pelo marido à saída. Promete-lhe que não voltará àquela casa mas, dois dias mais tarde, na esperança de se livrar daqueles terríveis vizinhos, ela faz outra tentativa, levando com ela a fotografia que provavelmente lhe foi exigida. Nesse momento, a empregada chega com a notícia que o patrão chegou e a mulher, sabendo que o marido iria directo para a casa vizinha, apressou-se a fazer sair os residentes pela porta de trás, para o bosque. Assim, quando ele inspeccionou a casa não encontrou ninguém. Ficaria muito surpreendido, no entanto, se quando o nosso cliente fizer o reconhecimento, esta noite, a casa ainda estiver vazia. O que que pensa sobre a minha teoria?
- É tudo suposição.
- Mas cobrem todos os factos. Quando novos factos forem do nosso conhecimento, e não encaixarem nesta teoria, terei muito tempo para reconsidera-la.
