As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 1: O Estrela de Prata Pág. 9 / 274

O inspector Gregory, a quem o caso foi entregue, é um oficial extremamente competente. Se tivesse o dom da imaginação, já teria subido ao topo da sua profissão. Ao chegar encontrou e prendeu prontamente o homem sobre o qual recaíam naturalmente as suspeitas. Houve pouca dificuldade em encontrá-lo, pois era muito conhecido na vizinhança. O seu nome parece que é Fitzroy Simpson. É de nascimento nobre e bem-educado. Esbanjara uma fortuna no turfe agora vivia de apostas modestas e decentes nos clubes desportivos de Londres. O exame ao seu caderno de apostas demonstrou que apostara cinco mil libras contra o favorito.

Ao ser preso declarou voluntariamente que tinha ido a Dartmoor na esperança de obter informações a respeito dos cavalos de King's Pyland, e sobre Desborough, o segundo favorito, que estava sob os cuidados de Silas Brown, nos estábulos de Mapleton. Não tentou sequer negar o que fizera na noite anterior. Declarou, porém, que não alimentava desígnios sinistros e que pretendia simplesmente obter informações em primeira mão. Quando lhe mostraram a gravata, ficou muito pálido e não pôde explicar a sua presença na mão do morto. A sua roupa molhada indicava que passara a noite anterior ao relento da tempestade. A sua bengala, que era um bordão encastoado de chumbo para ter mais peso, constituía uma arma tal que, com repetidos golpes, podia ter infligido os terríveis ferimentos a que o treinador sucumbiu.

Por outro lado, não havia na sua própria pessoa nenhum ferimento, embora a faca de Straker mostre que pelo menos um dos assaltantes levara consigo a marca do treinador. E aqui tem você o resumo do caso, Watson. Ora, se me puder dar o seu brilhante parecer, ficar-lhe-ei infinitamente agradecido.





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