»- Graças a Deus! Nunca foi meu – replicou, rindo.
»Estou certa de haver uma relação entre o grão-mestre Mac Ginty e o Vale do Terror.»
- Ainda um esclarecimento - pediu o inspector Mac Donald. - A senhora conheceu Mr. Douglas numa pensão em Londres e ali ficaram noivos, não é exacto? Pode dizer-me se houve algo de romântico, de secreto ou misterioso no seu matrimónio?
- Existe sempre um pouco de romance num casamento. Nada, porém, de misterioso.
- Mr. Douglas não tinha nenhum rival?
- Claro que não! Eu era completamente livre.
- A senhora já sabe que a aliança foi tirada do dedo do seu marido? Esta particularidade não lhe sugere algum motivo? Supondo que algum inimigo o tivesse descoberto e assassinado, que motivo plausível poderia induzi-lo a apoderar-se do anel de casamento?
Poderia jurar que uma leve ironia lhe assomou aos lábios.
- Verdadeiramente, não lho sei dizer - respondeu. - É, na verdade, um acto insólito.
- Muito bem! Não a deteremos por mais tempo e sentimos tê-la incomodado numa ocasião como esta - rematou o inspector. - Precisamos ainda de esclarecer outros pontos, mas chamá-la-emos à medida que se apresentarem.
Mrs. Douglas levantou-se e tive novamente a sensação de que o olhar interrogativo que nos lançou, significava: “Que impressão lhes causaram as minhas declarações?”
Se essa pergunta tivesse sido proferida, não poderia ser mais evidente. Depois, com uma leve inclinação de cabeça, retirou-se da sala.
- É uma bela, mulher! - comentou Mac Donald, depois de Mrs. Douglas fechar a porta. – Certamente, esse Barker deve ter estado aqui muitas vezes.