Ignorante dos males que lhe encobrem,
Crê reinar sobre um povo afortunado
Do Tejo ao Zaire, e do Amazonas ao Ganges,
O mancebo infeliz: tão vastos reinos,
Que não governa, dilatar procura.
Cego! que triste fado, em mal, o aguarda!
Que triunfos, que glórias, que esperanças,
Que sec’los de vitória, que virtudes
Não vão, num dia, perecer com ele!
Sorvei, areias d’África, essas cinzas,
Bebei todo esse sangue. - As asas mortas
Exânime enrolou, caiu por terra
O tenebroso Drago que amparara
As Quinas tanto sec’lo: então primeiro
O Leão de Pirene o olhou sem medo.
V
Um só de honrada fama, inda virtuoso
E português ainda, conservava
No ânimo real leve influência.
Aio dera o avô ao jovem príncipe
Dom Aleixo, estremado entre os mais nobres.