O Principezinho - Cap. 9: Capítulo 9 Pág. 25 / 78

Talvez fosse uma nova espécie de embondeiro... Mas bem depressa o arbusto deixara de crescer para começar a preparar uma flor. O principezinho, que assistia ao despontar de um botão enorme, estava mesmo a ver que dali iria sair uma aparição miraculosa; mas a flor nunca mais acabava de se arranjar, de se pôr bonita, sempre trancada no seu quarto verde. Escolhia as cores com todo o cuidado. Vestia-se vagarosamente, assentando as pétalas uma a uma. Não queria sair toda amarrotada, como as papoilas. Só queria aparecer no máximo esplendor da sua beleza. Oh, sim! Ela era mesmo muito vaidosa! Levara dias e dias a preparar-se. E uma bela manhã, precisamente ao nascer do Sol, fizera a sua aparição.

E ela, que demorara tanto tempo a arranjar-se, bocejou e disse:

- Ai! Ainda mal acordei... Peço-lhe que me perdoe...

Estou toda despenteada...

Mas o principezinho não pôde conter a sua admiração:

- Você é tão bonita!

- Lá isso é verdade... - respondeu a flor, com uma voz mansinha. - E nasci ao mesmo tempo que o Sol...

O principezinho suspeitou logo que a modéstia não devia ser o seu forte; mas era tão enternecedora!

- Creio que está na hora do pequeno-almoço - disse, daí a pouco. - É capaz de ter a bondade de pensar na minha pessoa?





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