O Principezinho - Cap. 15: Capítulo 15 Pág. 43 / 78

Quando acende o candeeiro, é como se fizesse nascer mais uma estrela. Ou então mais uma flor. Quando apaga o candeeiro, é o mesmo que pôr a flor ou a estrela a dormir. É uma ocupação muito bonita. E porque é bonita, é útil.

Quando chegou ao planeta, cumprimentou respeitosamente o acendedor:

- Olá, bom dia! Porque é que apagaste mesmo agora o teu candeeiro?

- Obedeço a instruções - respondeu o acendedor. - Olá, bom dia!

- Instruções? O que é isso?

- São instruções de apagar o candeeiro. Boa noite!

E voltou a acendê-lo.

- Mas porque é que o voltaste a acender?

- São as instruções que tenho - respondeu o acendedor.

- Não percebo - disse o principezinho.

- Não há nada que perceber. Instruções são instruções. Bom dia!

E apagou o candeeiro.

Depois enxugou a testa com um lenço aos quadrados vermelhos.

- Tenho uma profissão terrível. Dantes, ainda vá lá... Apagava o candeeiro de manhã e acendia-o à noite. Tinha o resto do dia para descansar e o resto da noite para dormir...

- Mas as instruções mudaram?

- Não, não mudaram - disse o acendedor. - E essa é precisamente a minha desgraça! Imagina que, de ano para ano, o planeta gira cada vez mais depressa e as instruções nunca mudam!

- E depois? - perguntou o principezinho.





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