- Depois, agora, que ele dá uma volta num minuto, eu não tenho um segundo de descanso. Acendo-o e apago-o uma vez por minuto!
- Que engraçado! Então aqui os dias duram um minuto?
- Não vejo onde é que está a graça - respondeu o acendedor. - Nós dois, por exemplo, já aqui estamos a falar há um mês.
- Um mês?
- Exactamente, um mês. Ou seja, trinta minutos. Ou seja, trinta dias. Boa noite!
E voltou a acender o candeeiro.
O principezinho olhou para ele e sentiu que gostava daquele acendedor tão fiel às instruções que tinha. Lembrou-se dos pores do Sol que, dantes, ele próprio ia procurar, puxando a sua cadeira. Quis ajudar o amigo:
- Sabes... Sei de uma maneira de tu poderes descansar sempre que te apetecer...
- Está-me sempre a apetecer descansar - disse o acendedor. Porque se pode ser fiel e preguiçoso ao mesmo tempo.
O principezinho prosseguiu:
- O teu planeta é tão pequenino que, com três passadas, lhe dás a volta. Portanto, basta pores-te a andar devagarinho e ficas sempre ao sol. Assim, quando quiseres descansar, começas a andar... e o dia dura tanto tempo quanto tu quiseres.
- Não me adianta lá grande coisa - disse o acendedor.
-Do que eu mais gosto na vida é de dormir!