O Vil Metal - Cap. 11: Capítulo 11 Pág. 230 / 257

A expressão do rosto dela indicou-lhe o que a levara a visitá-lo. No fundo, era virgem e não sabia o que fazia. Obedecia à magnanimidade pura e simples. Fora a sua desdita que a obrigara a procurá-lo de novo. Unicamente porque estava sem dinheiro e falhara em tudo decidira entregar-se-lhe, ainda que fosse apenas aquela vez.

- Tinha de voltar - murmurou Rosemary.

- Porquê?

- Não suportava a ideia de te saber aqui sozinho, parecia-me horrível abandonar-te assim.

- Fizeste muito bem em te afastares. Na verdade, não devias ter reconsiderado. Sabes perfeitamente que nunca poderemos casar-nos.

- Não importa. Não é assim que uma pessoa se comporta para com alguém que ama. Preocupa-me pouco saber se casaremos ou não. Amo-te.

- Não é prudente o que fazes.

- É-me indiferente. Só lamento não o ter feito anos atrás.

- Acho melhor não o fazermos.

- Sim.

- Não.

- Sim!

A veemência dela desconcertava-o. Desejara-a durante muito tempo, e agora não conseguia concentrar-se o suficiente para ponderar as consequências. Por conseguinte, fizeram-no finalmente, sem prazer especial, na estreita cama da mamã Weakin. Em seguida, Rosemary levantou-se e compôs o vestido. O quarto, apesar de mal ventilado, estava desoladoramente frio. Ambos tremiam um pouco e ela puxou a colcha para cobrir Gordon, que se mantinha imóvel, o rosto oculto debaixo do braço.

Ajoelhou a seu lado, pegou-lhe na outra mão e pousou-a por um momento na sua face. No entanto, ele quase não se deu conta. Por último, Rosemary fechou a porta em silêncio atrás de si e desceu a malcheirosa e pouco atraente escada em bicos dos pés. Sentia desalento, desapontamento e frio intensos.





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