- Ah! - Registou-se nova pausa. Dominando a voz com dificuldade, ela aventurou: - Qual foi?
- Vou aceitar o emprego. Se mo derem, claro.
- Estou tão contente, Gordon! Não ficaste zangado comigo? Não pensas que te obriguei?
-. Não, que ideia! É a única coisa que me resta fazer. Já planeei tudo. Vou falar com o velho Erskine amanhã mesmo.
- Estou tão contente!
- Parto do princípio de que me readmite, evidentemente. Em todo o caso, espero que sim, depois do que ele disse.
- Tenho a certeza absoluta. Mas convinha que não descurasses um pormenor. Vai bem vestido, ouviste? Isso influi muito.
- Eu sei. Tenho de ir buscar o meu melhor fato ao prego. Ravelston empresta-me o dinheiro.
- Deixa o Ravelston sossegado. Eu própria to emprestarei. Tenho quatro libras postas de parte. Vou enviar-tas por vale postal antes que os Correios fechem. Calculo que precisas também de sapatos novos e uma gravata. Ah, é verdade!
- O quê? ?
- Usa chapéu, quando fores lá. Um homem fica mais apresentável de chapéu.
- Chapéu! Meu Deus! Há dois anos que ando em cabelo. É indispensável?
- Bem... dá-te um ar mais formal, não achas?
- Bom, prometo. Pode até ser de coco, se te parece preferível.
- Não, de feltro é suficiente. E não te esqueças de ir cortar o cabelo, hem?
- Entendido, não te preocupes. Serei um homem de negócios jovem e elegante.•
- Obrigada, Gordon querido. Bem, tenho de enviar o vale imediatamente. Adeus e felicidades.
- Adeus.
Ele abandonou a cabina, com uma expressão pensativa. Pronto, acabava de traçar o seu destino.
. Afastou-se apressadamente. Que fizera? Atirara a toalha para o ringue! Quebrara todos os juramentos! A sua longa e solitária guerra terminara em ignominiosa derrota.• Circuncidai os prepúcios, disse o Senhor. Regressava ao rebanho, arrependido. Parecia que caminhava mais depressa do que habitualmente. Experimentava uma sensação peculiar, uma autêntica sensação física, no coração, nos membros, em todo o corpo. Que era? Vergonha, amargura, desespero?