Sangue Azul - Cap. 10: 10 Pág. 101 / 287

Quando o grupo chegou todo à cancela de saída, a carruagem que avançava na mesma direcção, e que tinham começado a ouvir havia já algum tempo, vinha também a chegar, e descobriram que se tratava do cabriolé do almirante Croft. Ele e a mulher tinham dado o passeio combinado e regressavam a casa. Ao tomarem conhecimento da longa caminhada que os jovens tinham empreendido, ofereceram amavelmente um lugar a qualquer das senhoras que se sentisse mais fatigada: isso poupar-lhe-ia mais de quilómetro e meio e eles iam atravessar Uppercross. O convite foi geral, e geralmente declinado. As irmãs Musgrove não estavam de modo algum fatigadas, e Mary, ou estava ofendida por não ter sido convidada primeiro do que qualquer das outras, ou então aquilo a que Louisa chamava o orgulho Elliot não lhe consentiu que ocupasse um terceiro lugar numa carruagem puxada por um cavalo.

O grupo pedestre atravessara a azinhaga e- estava a transpor a cancela do outro lado, e o almirante punha de novo o cavalo em andamento, quando o capitão Wentworth se afastou um momento para dizer qualquer coisa à irmã - um qualquer coisa cujos efeitos permitiram deduzir o que fora.

- Miss Elliot, tenho a certeza de que você está cansada - gritou Mrs. Croft. - Conceda-nos o prazer de a levar a casa, sim? Garanto-lhe que temos espaço amplo para três. Se fôssemos todos como a menina, acho mesmo que daria para quatro. Não pode recusar, não pode.

Anne encontrava-se ainda na azinhaga, e embora começasse instintivamente a declinar o convite, não lhe foi permitido continuar. A insistência amável do almirante juntou-se à da mulher não aceitariam uma recusa, apertar-se-iam no mais pequeno espaço possível para lhe deixar um cantinho - e o capitão Wentworth, sem dizer uma palavra, virou-se para ela e obrigou-a, em silêncio, a consentir que a ajudasse a subir para a carruagem.