Sangue Azul - Cap. 2: 2 Pág. 14 / 287

Era um lugar muito mais seguro para um cavalheiro na sua difícil situação: lá poderia ser importante por um custo relativamente pequeno. Evidentemente que tinha sido atribuído todo o peso devido a duas vantagens concretas de Bath sobre Londres, ou seja, a sua distância mais conveniente de Kellynch - apenas cerca de oitenta quilómetros - e o facto de Lady Russell passar uma parte de todos os invernos lá - e, com grande satisfação de Lady Russell, cuja primeira preferência sobre a projectada mudança incidira sobre Bath, Sir Walter e Elizabeth foram induzidos a acreditar que não perderiam nem importância social nem contentamento se lá se instalassem.

Lady Russell sentiu-se na obrigação de contrariar os conhecidos desejos da sua querida Anne. Seria excessivo esperar que Sir Walter se rebaixasse a ocupar uma pequena casa na sua própria vizinhança. A própria Anne teria achado as mortificações de tal decisão mais difíceis do que previa, e elas teriam sido terríveis para as susceptibilidades de Sir Walter. E quanto à antipatia de Anne por Bath, considerava-a um preconceito e um erro, decorrentes, primeiro, da circunstância de lá ter estado três anos na escola, depois da morte de sua mãe e, segundo, pelo facto de, por coincidência, o seu estado de espírito não ser dos melhores no único Inverno que posteriormente lá passara com ela própria.

Em resumo, Lady Russell gostava de Bath e sentia-se inclinada a pensar que o lugar seria conveniente para todos eles - e quanto à saúde da sua jovem amiga, quaisquer perigos seriam evitados desde que passasse todos os meses quentes em Kellynch-lodge; era de facto, uma mudança que devia ser benéfica tanto para a saúde como para a alma. Anne saíra muito pouco de casa, fora muito pouco vista. O seu estado de espírito era melancólico, um convívio mais amplo só lhe poderia fazer bem.





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