Dobrada uma esquina, duas portas mais adiante, do lado esquerdo de quem se dirige para leste, a linha de casas era interrompida pela entrada de um pátio; precisamente nesse local, um edifício de aspecto sinistro projectava o seu frontão sobre a rua. Tinha dois pisos, mas nenhuma janela; apenas com uma porta, situada no piso térreo e sobre a qual se elevava uma parede nua e desbotada, o edifício apresentava sinais de uma negligência sórdida e prolongada. A porta, sem campainha nem batente, tinha a pintura estalada e sumida. Os vagabundos recolhiam-se naquele recanto e riscavam fósforos nas almofadas; as crianças brincavam nas escadas; um estudante exercitara a sua navalha nos entalhes; e, durante quase uma geração, ninguém parecia preocupado em afugentar estes visitantes ocasionais ou em reparar os seus estragos.
O Sr. Enfield e o advogado seguiam no passeio do lado oposto; porém, quando se acercaram da entrada, o primeiro ergueu a bengala e apontou, perguntando:
- Já alguma vez reparou naquela porta?