As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 6: O Enigma de Reigate Pág. 143 / 274

- Oh! Que pedaço de asno eu fui! - exclamei.

- Eu notei que você estava com pena da minha fraqueza - disse Holmes com uma risada. - Fiquei triste por causar essa dor solidária, que eu sei que sentiu. Então subimos juntos a escada e, ao entrar na sala, e tendo visto o roupão pendurado atrás da porta, pensei em fazer cair a mesa para prender a atenção deles por alguns momentos, enquanto me esgueirasse para lhe revistar os bolsos. Entretanto, mal eu tinha conseguido o papel, que estava numa das algibeiras, como esperava, os Cunningham caíram sobre mim e creio verdadeiramente que me teriam morto ali, não fora o auxílio pronto e amigo dos senhores. Por assim dizer, ainda sinto a pressão dos dedos do jovem ao redor da minha garganta e o pai a torcer-me o pulso na ânsia de me arrancar o papel da mão. Viram que eu da segurança absoluta para um completo desalento deixou-os completamente desesperados.

Mais tarde falámos um pouco com o velho Cunningham sobre o motivo do crime. Estava bastante tratável. Mas seu filho parecia um perfeito demónio, pronto a fazer saltar os seus próprios miolos ou os de qualquer outro se pudesse agarrar um revólver. Quando Cunningham viu que o caso contra ele era muito grave, perdeu todo o ânimo e fez uma confissão completa de tudo.

Parece que William seguiu os dois amos, em segredo, na noite em que fizeram o assalto à casa de Mr. Acton e, tendo-os, assim, em seu poder, ameaçava-os de revelar tudo para os explorar. Todavia, Mr. Alec era um homem muito perigoso para um jogo daquela espécie. Foi uma façanha de génio da sua parte ver no sobressalto do ladrão que convulsionou toda a região uma oportunidade para se livrar airosamente do homem que temia.





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