As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 8: O Paciente Internado Pág. 185 / 274

- Encontrei uma chave de parafusos e alguns parafusos no lavatório. Parece também ter fumado muito durante a noite. Aqui estão quatro pontas de charutos que retirei da lareira.

- Hum! - exclamou Holmes. - Encontrou a boquilha dele?

- Não, não vi nenhuma.

- E a cigarreira, então?

- Sim. Estava no bolso do casaco.

Holmes, abrindo-a, cheirou o único charuto que continha.

- Oh! este é um havano, e os outros são charutos daquela qualidade especial, importada pelos holandeses das suas colónias indianas. São usualmente enrolados em palha, como sabe, e mais finos em proporção ao seu comprimento do que os de qualquer outra marca. - Em seguida apanhou as quatro pontas e examinou-as com a sua lente de bolso.

- Dois deles foram fumados com uma boquilha e dois sem ela disse ele. - Dois foram cortados com uma faca não muito afiada; dois têm as extremidades mordidas por uma excelente dentadura. Não é suicídio, Mr. Lanner, é um assassínio bem planeado e a sangue-frio.

- Impossível! - gritou o inspector.

- E porquê?

- Porque havia alguém de matar um homem desta maneira tão desajeitada, isto é, por enforcamento?

- Isso é o que havemos de descobrir.

- Como podiam ter entrado?

- Pela porta da frente.

- Estava com a tranca de manhã.

- Então a tranca foi posta depois.

- Como sabe o senhor?

- Vi os rastos deles. Desculpe-me por um momento e depois lhe darei mais informações a respeito do caso.

Foi à porta e, virando a fechadura, examinou-a com o seu modo metódico. Depois tirou a chave, que estava do lado de dentro, e inspeccionou-a também. A cama, o tapete, as cadeiras, a prateleira da lareira, o cadáver e a corda foram todos examinados cuidadosamente, até que se declarou satisfeito.





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