As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 11: O Problema Final Pág. 259 / 274

Holmes,’ - disse-me, meneando a cabeça. ‘- Tem de o largar, você sabe disso.’

»’- Depois de segunda-feira, largo-o.’

»’- Basta! Basta!’ - respondeu. ‘- Tenho absoluta certeza de que um homem com a sua inteligência verá que não pode haver senão um desfecho para este assunto. É necessário que o senhor se retire. O senhor tem trabalhado de tal maneira que só me resta um recurso. Tem sido, aliás, para mim um prazer intelectual observar o modo como se agarrou a este assunto e digo-lhe sem afectação que me seria doloroso ser forçado a tomar medidas extremas. O senhor sorri, mas afirmo-lhe que não hesitarei.’

»’- O perigo é inerente à minha profissão’ - observei.

»’- Não se trata de perigo. É a destruição inevitável. O senhor não se interpôs no caminho de um indivíduo apenas, mas de toda uma poderosa organização cuja extensão nem o senhor, com a sua famosa perspicácia, pode, de longe, imaginar. Afaste-se, Mr. Holmes, ou será esmagado.’

»’- Receio’ - disse, levantando-me – ‘que o prazer desta conversa prejudique uns assuntos que me esperam noutro sítio.’

»Moriarty levantou-se também, fitou-me silencioso e sacudiu a cabeça com tristeza.

»’- Bem, bem' - disse por fim. ‘- É pena, mas fiz o que pude. Conheço todos os lances do seu jogo. Até segunda-feira, nada poderá fazer, Isto tem sido um duelo entre nós dois, Mr. Holmes, com dois fins eventuais. O senhor espera sentar-me no banco dos réus; digo-lhe que nunca aí me sentarei. O senhor espera vencer-me; digo-lhe que nunca me vencerá. Se o senhor for bastante inteligente para me conseguir destruir; fique com a certeza de que lhe farei também o mesmo.’

»’- O senhor lisonjeou-me com vários cumprimentos, Mr. Moriarty’ - disse.





Os capítulos deste livro