As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 11: O Problema Final Pág. 262 / 274

Ora oiça: despachará toda a bagagem que quiser levar por um paquete de confiança, desfardado, para a estação de Vitória, esta noite. Amanhã, logo de manhã, mandará chamar um carro de praça, recomendando ao paquete que não aceite nem o primeiro nem o segundo que se apresentar. Suba para esse carro e corra para o Strand, no fim de Lowther Arcade, entregando o endereço ao cocheiro num papel, com a especial recomendação de ele não o deitar fora. Tenha já o seu bilhete consigo e, logo que o carro pare, meta-se pela Arcade de modo a chegar ao outro lado às nove e um quarto. Junto do passeio, estará à sua espera um carro pequeno e fechado, conduzido por um indivíduo com uma pesada capa preta com a gola guarnecida de vermelho. Nesse trem, dirigir-se-á para Vitória a tempo de apanhar o expresso continental.

- E onde me encontro consigo?

- Na estação. A segunda carruagem de 1ª classe, a contar da frente, está reservada para nós.

- Então a carruagem é que é o nosso ponto de reunião?

- Exactamente.

Em vão insisti para que ficasse durante a noite. Era evidente para mim que ele estava convencido de que iria provocar problemas no sítio onde se encontrasse e que era esse o motivo que o fazia partir. Com mais algumas palavras apressadas sobre o nosso plano para o dia seguinte, levantou-se e saiu comigo para o jardim. Escalou o muro que dá para Mortimer Street e ouvi-o chamar um carro de praça, no qual, passados instantes, partia.

Na manhã seguinte, cumpri ao pé da letra as instruções de Sherlock Holmes. Teve-se a preocupação de procurar um carro de modo que se evitasse tomar um já de antemão preparado para nós e, depois do pequeno-almoço, segui imediatamente para Lowrher Arcade, a qual, aí chegado, atravessei a correr.